quarta-feira, 25 de julho de 2012

Linux ganha cada vez mais espaço na A. Latina

Fatores financeiros e legais são os principais motivos da rápida migração do uso de softwares proprietários para o Linux na América Latina; desenvolvedores brasileiros do sistema já exportam a tecnologia.


Previsões da International Data Corporation (IDC) indicam que até 2013, 33% dos computadores da América Latina estarão rodando Linux. O sistema operacional de código aberto estabeleceu-se em todas as regiões onde os usuários de computadores busquem liberdade, além dos lugares em que se procure por softwares econômicos.

Além das qualidades e vantagens próprias, o sistema ainda contou com o "empurrão" da Microsoft e de outras corporações americanas, que, ao introduzirem uma política rígida contra a pirataria, acabam estimulando as empresas que não podem arcar com custos de softwares originais a migrarem para o Linux.

Países latino-americanos mais desenvolvidos como o Brasil, México e Argentina utilizam tanto tecnologias proprietárias, quanto de código aberto para fornecer ferramentas e conhecimento para que os usuários possam competir com o resto do mundo. Essas nações estão trabalhando para se tornar parceiras da economia da informação do novo mundo, ao invés de serem apenas uma fonte de mão-de-obra barata. O fato de o Linux ter seu código aberto faz dele o sistema ideal para ajudar esses países na construção de um futuro independente. Por outro lado, o esforço da América Latina para tornar-se tecnologicamente independente, somado à pobreza em alguns países do continente e outros problemas sociais, acabou fazendo da pirataria de softwares algo comum nas companhias da região, que não tem capacidade financeira para obtê-los de forma Legal. No entanto, em alguns países, como no Brasil, medidas como a Lei do Software estão sendo tomadas para forçar as empresas a reavaliar suas estratégias de Tecnologia da Informação (TI) - entre as opções de legalização oferecidas aos empresários, a mais viável é a adoção do Linux.

Como resultado, escolas, indústrias e governos da região estão fazendo esforços para desenvolver sua própria indústria de softwares. Em países como o Brasil, essa é a extensão lógica dos esforços que o país tem feito para criar uma indústria local. Empresas como a Connectiva, distribuidora de Linux para regiões de língua portuguesa ou espanhola, e a Cyclades, desenvolvedora de sistemas baseados em Linux, já exportam soluções para os Estados Unidos e o resto do mundo. Além disso, no Brasil, veículos de comunicação estão geralmente falando sobre o Linux e revistas especializadas normalmente trazem o sistema como assunto de capa.

Apesar de sua aceitação ser mais visível na Argentina e Brasil, o Linux está se estabelecendo em outros países da região. No México, por exemplo, o governo comprometeu-se a fazer dele o principal sistema em suas escolas e instituições governamentais. Assim, o dinheiro economizado seria investido no combate à pobreza no país. Cuba também tem adotado o sistema operacional de código aberto. Depois de anos embargados pelos EUA, médicos cubanos não têm acesso à tecnologia de ponta encontrada nos hospitais americanos. Assim, alguns médicos cubanos acessam, por meio de computadores rodando Linux, manuais disponíveis na Internet.

Baseado nos esforços para a adoção do Linux em escolas e órgãos governamentais e nas penalidades aplicadas em caso de uso de softwares ilegais, o Linux tenha um futuro brilhante na América Latina.

Fonte: http://www.idgnow.com.br/